1. Introdução
Redes comunitárias são redes de comunicação criadas e gerenciadas pelas próprias comunidades locais com o objetivo ampliar a área de acesso à internet e oferecer serviços de comunicação locais que podem ser expandidos ou modificados de acordo com as necessidades de cada comunidade.
Isto é possível porque a comunidade tem um papel ativo em todas as fases do projeto, desde a concepção até a implementação e manutenção contínua da rede, permitindo assim que ela se adapte às necessidades locais, além de promover a apropriação da tecnologia associada a construção de uma rede por toda a comunidade através das oficinas de implementação e formação.
A seguir você pode conhecer um pouco mais sobre o programa de Redes Comunitárias:
2. Por que construir uma rede comunitária?
Redes Comunitárias são uma importante ferramenta para promover estruturas de comunicação em um território. Além de aumentar a área de cobertura do sinal de Internet, as redes comunitárias também são capazes de hospedar serviços e aplicativos locais e de forma personalizada, de acordo com as necessidades de cada comunidade.
Para isso, são instalados em um computador ou servidor algo que chamamos de softwares e estes serão os responsáveis por oferecer esses serviços comunitários. Esses softwares são programas que usamos para dizer a um computador ou um celular o que nós gostaríamos de fazer com ele. Assim, através do software o computador recebe as instruções e interpreta esses comandos, o que permite ele executar suas tarefas.
Então, após todas as instalações desses programas, o servidor local já pode ser conectado em qualquer ponto da rede comunitária, permitindo assim o acesso ao seu conteúdo por qualquer pessoas que se conecte à rede local, sem precisar passar pelo acesso à Internet.
Em nosso projeto são instalados os serviços do projeto Graúna Comunitário, onde a comunidade pode navegar por uma biblioteca digital comunitária (Kiwix), pelo acervo de videos e treinamentos (Kolibri) e pela plataforma de armazenamento de fotos, documentos e conteúdos que podem ser produzidos pela própria comunidade (Nextcloud).
Para conhecer o conteúdo que ficará disponível no servidor local de sua comunidade, acesse o site do projeto Graúna Comunitário.
3. Quais são as etapas dos projeto?
Um projeto de redes comunitárias envolve várias etapas, desde a análise de viabilidade técnica, a identificação das necessidades da comunidade até a implementação e manutenção contínua da rede.
O programa de redes comunitária segue uma metodologia de trabalho para implementação de suas redes que é realizada em etapas, considerando as necessidades e recursos de cada comunidade.
Essa metodologia está descrita na página "Método", que você pode acessar clicando no botão a seguir:
4. Quem participa da implementação da rede?
Toda comunidade pode acompanhar e participar da oficina de formação, assim como pode realizar a instalação dos roteadores ao longo do território, entretanto, somente maiores de 18 anos podem fazer instalações em altura.
Entretanto, destacamos que a participação e colaboração das pessoas pode variar de acordo com as características e necessidades específicas de cada projeto de rede comunitária, assim como das demandas que podem surgir na hora da implementação de uma rede. Por isso a participação ativa da comunidade é fundamental para o sucesso do projeto, desde o começo com a identificação das necessidades de conectividade do local até a manutenção contínua da rede.
5. Quem participa da oficina?
Toda a comunidade pode participar e é muito bem-vinda. Não existe limite de público, nem de faixa etária, entretanto, há algumas recomendações:
- Jovens menores de 18 anos podem participar desde que estejam com a liberação da escola e com a autorização de seus responsáveis.
- Jovens menores de 15 anos também precisam estar acompanhados de algum responsável. Além dos pais e familiares com mais de 18 anos, a pessoa responsável pode ser alguma representante da escola, da associação ou de outro coletivo reconhecido pela comunidade (como por exemplo, a coordenação de um grupo jovem).
6. Como funciona o período de carência do programa e como a comunidade pode se organizar?
O Instituto Nupef de acordo com cada projeto, poderá custear a conexão Internet por 6 ou 12 meses através de uma empresa provedora de serviços de internet, permitindo assim que a comunidade utilize o serviço sem custos durante esses meses. Ao fim deste período, os custos do link de internet são assumidos pela associação ou coletivo que represente a comunidade local.
Desta forma, durante o período de carência recomendamos que a comunidade se reúna para conversar sobre as possíveis formas de arrecadação de recursos que poderão ser utilizados tanto para pagar os custos do link de internet após o período de carência, bem como para investir na expansão e melhorias da própria rede se assim desejarem.
É muito importante que o processo de arrecadação de recursos, assim como o pagamento dos custos da rede sejam feitos de forma transparente e que conte com a participação ativa da comunidade. As pessoas responsáveis por fazer esse gerenciamento devem prestar contas regularmente dos gastos e arrecadações, bem como permitir que a comunidade participe das decisões sobre investimentos relacionados à rede.
7. O que fica na Comunidade?
Os equipamentos e recursos que ficam para a comunidade após a construção de uma rede comunitária são correspondentes à infraestrutura básica de rede, como os roteadores, o computador comunitário, o servidor local, assim como todo material necessário para realizar a manutenção da rede como cabos, conectores, alicates e testadores permanecem como propriedade da comunidade após a etapa de formação e implementação.
Além disso, ficam disponíveis à comunidade o acesso aos serviços disponibilizados pela rede, como acesso à internet e aos serviços instalados no servidor local. A comunidade também pode se beneficiar com a capacitação e treinamento recebidos durante a implementação da rede, uma vez que os conhecimentos adquiridos podem ajudar a desenvolver habilidades técnicas e gerenciais que poderão ser aplicadas em outros projetos da comunidade ou em comunidades ou áreas vizinhas.